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The International 12 - Classificações de poder

Como funciona a classificação das equipes do The International?

Será que as equipes do tier B serão capazes de causar impacto no The International?

Como será o desempenho das equipes do tier A no The International?

Quais equipes compõem o tier S?

The International 12 - Classificações de poder

O especialista em Dota 2 Ben "Noxville" Steenhuisen já está se preparando para o The International 12, e nós também! “Noxville” analisou as equipes participantes da competição para nós, classificando-as do tier D até o topo da tabela, com os times do tier S. Continue lendo para saber a classificação de cada equipe!

Em poucos dias, o Dota retornará a Seattle, Washington, para aquela que talvez seja a edição mais inusitada do torneio The International. O torneio, pelo que parece, terá o menor prêmio acumulado em nove anos, o cronograma e o formato mudaram drasticamente e, além disso, acabou de ser lançado um patch de equilíbrio, o qual sem sombra de dúvidas afetará a preparação das equipes. Com todas essas alterações, a única coisa que sinto que permanecerá igual em relação aos anos anteriores é a excelente dinâmica do Dota 2 - há anos não é tão difícil prever o vencedor quanto neste ano. Vamos examinar algumas classificações de poder de modo mais amplo. É preciso cuidado, no entanto, pois elas não consideram o importantíssimo sorteio da fase de grupos, o qual pode facilitar (ou dificultar) a vida de algumas equipes.

Tier D

Comecemos pelo tier D. Conforme o esperado, esse nível inclui equipes com experiência limitada em eventos LAN internacionais, classificadas em torneios cujas regiões não parecem ter tanto peso na competição. A Nouns participou do Major de Bali, mas foi eliminada na fase de grupos com um histórico de 5-11. Apesar de ser a terceira melhor colocada da América no Norte, a equipe encontrou dificuldades em alguns eventos online contra times que nunca se classificariam para o TI. Em uma situação similar, a Virtus.pro se classificou para apenas um evento LAN significativo (o Riyadh Masters) e deixou a competição depois de uma campanha decepcionante na fase de grupos. Em uma região com times de ponta de altíssima qualidade, a campanha da Virtus.pro tem sido constantemente interrompida por Team Spirit, BetBoom Team e 9Pandas — todas elas excelentes equipes.

A Keyd Stars foi uma das maiores surpresas das eliminatórias regionais. A equipe passou despercebida a maior parte do tempo nesta temporada, sendo rebaixada para a Divisão 2 no Tour 3. Apesar disso, teve um bom desempenho nos torneios menores das Américas. Ela terminou na quarta colocação, mas isso se deu graças aos pontos do DPC acumulados logo no início da temporada. No entanto, o time possui quatro jogadores com experiência no The International.

A Thunder Awaken é uma organização já familiarizada com o The International, tendo se classificado na quinta e na sexta posições com uma campanha incrível no ano passado. Porém, este ano, a equipe se mostra completamente diferente. De modo similar à Virtus.pro, ela tem ficado atrás da Evil Geniuses e da beastcoast quando se trata de eventos LAN eliminatórios de alto nível. No entanto, o time mostrou-se melhor que a Keyd Stars ao vencer os vários eventos online à sua disposição.

Tier C

Talvez a possibilidade mais óbvia é que a Entity seja a equipe a subir para o tier C. Ela conseguiu se classificar através das eliminatórias da Europa Ocidental, região cujo nível de habilidade está entre os mais altos. Apesar de curta, sua campanha não teve falhas: uma pontuação agregada de 6-1 com vitórias sobre Nigma Galaxy, Team Secret e Luna Galaxy. A Entity mostrou uma força espantosa no início da temporada, classificando-se para o Major de Lima e conquistando a quinta e a sexta posições. Em seguida, a equipe foi eliminada dos majors, pois havia um excesso de times de qualidade para pouquíssimas vagas. No Riyadh Masters e nas temporadas 19 e 20 do DreamLeague, o bom desempenho da equipe parecia uma memória distante; no entanto, mais recentemente, tudo pareceu se encaixar. Ela garantiu a sexta melhor colocação na temporada 21 do DreamLeague algumas semanas antes contra fortes oponentes, embora eventos tão próximos ao The International possam ser percebidos como menos importantes, pois as equipes fazem alguns experimentos.

Os dois times da América do Sul, beastcoast e Evil Geniuses, vêm se confrontando a temporada inteira — a beastcoast venceu dois SA tours contra um da EG. A EG andou apresentando um desempenho muito melhor nos eventos LAN inter-regionais nos dois primeiros terços da temporada (sexta melhor em Lima, quarta em Berlim, sétimo lugar na temporada 19 do DreamLeague e sexto na 20), mas perdeu a mão. A beastcoast, por sua vez, melhorou seu desempenho (oitava melhor em Bali, quarta no BetBoom Dacha). É possível que o formato mais curto da fase de grupos deste TI favoreça ambas as equipes, visto que são capazes de um foco mais profundo em apenas quatro confrontos diretos individuais em vez de oito ou nove. No entanto, é difícil prever qual será o desempenho de qualquer uma delas.

Uma das equipes com um desempenho relativamente consistente é a TSM. Ela se saiu bem nos eventos da América do Norte, incluindo os DPC Tours (vencendo dois de três). Contudo, no cenário internacional, a equipe geralmente fica entre a 13ª e a 14ª colocações (Lima, temporada 20 do DreamLeague, Riyadh Masters). Embora seu desempenho tenha ficado abaixo do esperado uma vez (Berlim - 17º-18º lugares) e acima das expectativas duas vezes (temporada 19 do DreamLeague - oitavo, BetBoom Dacha - segundo em um evento de oito times), a equipe serve como uma boa base de comparação para este tier.

O resultado da liga regional SEA era certamente difícil de prever, mas a equipe experimental Team SMG foi capaz de uma vitória notável (9-2 nos mapas). Eu me refiro a ela como experimental pois Volodymyr "No[o]ne-" Minenko se juntou ao time apenas duas semanas antes do início das eliminatórias, trazendo um estilo e um tipo de ataque novos e inusitados à equipe. Apesar da SMG ter permanecido na Divisão 1 nesta temporada, ela concluiu somente um torneio (15ª-16ª colocada no Major de Berlim). Apesar disso, tenho muita fé na experiência e na habilidade desta escalação. É necessário apontar que há rumores de que Ivan "MinD_ContRoL" Ivanov venha a substituir Natthaphon "Masaros" Ouanphakdee, e de que Clement "Puppey" Ivanov possa estar envolvido com a equipe. Se qualquer um desses rumores for verdade, isso poderia mudar inteiramente a dinâmica da equipe.

Tier B

O tier B é uma zona incerta — uma área na qual não consigo decidir de fato a situação das equipes (e talvez esse tier possa incluir uma outra equipe, ou duas, do tier C ou A).

A escalação básica da Shopify Rebellion é a mesma há muito tempo. Os resultados, no entanto, são extremamente variados. Nesta temporada, a equipe se classificou entre as quatro melhores em três importantes eventos inter-regionais internacionais (foi a quarta em Lima, terceira na temporada 19 do DreamLeague, segunda na temporada 20 do DreamLeague), mas também ficou abaixo das oito melhores em outros quatro eventos (Berlim, temporada 20 do DreamLeague, Bali e Riyadh Masters). É uma equipe com um grande potencial, muitas habilidades individuais e uma experiência enorme, mas às vezes isso não é suficiente.

A 9Pandas (conhecida anteriormente como HellRaisers) é uma equipe com um desempenho bom e constante, mas que nunca reuniu partidas o bastante para vencer um evento inter-regional. Nona e 12ª em Lima, terceira em Berlim, quinta e sexta em Bali e Riyadh, e colocada entre as oito primeiras equipes das temporadas 20 e 21 do DreamLeague. A existência de oito equipes no total no tier S e no tier A (o que sugere que a 9Pandas esteja em nono lugar, na melhor das hipóteses, nessas classificações de poder) se deve ao fato de que a 9Pandas constantemente tem desempenhos bons, mas nunca ótimos. Outras equipes mostram um potencial maior às vezes. Com a ótima liderança de Alexey "Solo" Berezin, talvez seja possível faturar o Aegis. Para mim, entretanto, há outras equipes que parecem mais promissoras.

Se o número de eventos fosse maior, talvez eu subisse a Azure Ray para um nível acima, mas a quantidade de dados para fazer um julgamento mais preciso é realmente insuficiente. A equipe, formada no Tour 3 a partir do que restou da Ybb Gaming, por pouco não perdeu a classificação para o major de Bali e posteriormente se classificou entre as oito melhores. Nas eliminatórias regionais da China, a equipe avançou pela Chave dos Vencedores, apenas para confrontar e vencer a Xtreme Gaming duas vezes. Seu capitão, Xu "fy" Linsen, é o quarto jogador mais experiente de Dota 2 (2.354 jogos), e Lu "Somnus" Yao não está muito atrás dele (2.087 jogos, 13º jogador mais experiente). Yang "Chalice" Shenyi não fica muito atrás, tendo se classificado entre os três primeiros em duas edições anteriores do The International. Não falta habilidade nem experiência à equipe, mas sua sinergia e equilíbrio emocional no cenário mais competitivo será o fator decisivo para sua vitória ou derrota.

Tier A

A Talon Esports foi a estrela do SEA deste ano. O terceiro lugar no Major de Lima (uma das campanhas mais insanas da temporada), o quarto na temporada 20 do DreamLeague e o terceiro no Riyadh Masters talvez sejam suficientes para convencer muitas pessoas de que a equipe se enquadra na tier S. Eu sou um pouquinho mais pessimista, no entanto. Acho que o sucesso da Talon se dá em fases de grupos mais longas, nas quais a equipe pode se adaptar, fazer testes e alcançar o ritmo necessário para chegar aos playoffs. Acredito que o formato mais curto da fase de grupos deste ano é desfavorável para o time. Também é possível que ocorra o contrário: que os confrontos diretos individuais sejam seu ponto forte (e não a preparação mais complexa para enfrentar seis ou oito times) e a equipe tenha um desempenho fantástico na fase de grupos.

A Tundra Esports já se mostrou bastante assustadora quando a atualização traz mudanças favoráveis para a equipe. Dito isso, foram necessárias algumas mudanças internas, pois Martin "Saksa" Sazdov está de licença médica e Topias “Topson” Taavitsainen entrou na equipe — e só temos o resultado da temporada 21 do DreamLeague para avaliar como isso está funcionando (a equipe ficou em quinto e sexto lugar). Do mesmo modo que “No[o]ne-“ mudou a forma de ataque da SMG, “Topson” possui a capacidade de fazer isso pela Tundra. Contudo, é possível que os sacrifícios necessários nas outras rotas sejam significativos. Um grande indicador do sucesso da Tundra será o desempenho de Neta "33" Shapira. Será que o metajogo desenvolvido no The International o favorecerá, juntamente com suas estratégias de domínio das rotas, ou ele terá que se virar apenas com o que sobrar à medida que “Topson” e Oliver "skiter" Lepko começarem a dominar as estratégias no final das partidas?

A Quest Esports, uma das equipes que demoraram para ter destaque, veio da Divisão 2 no Tour 1, ficou de fora do Major de Berlim depois de um desempate na Divisão 2 e por fim conquistou uma vaga no major no Tour 3 (Bali). Ela terminou na quarta colocação e sua popularidade cresceu muito. A equipe se classificou no Riyadh Masters através da eliminatória MENA, com um resultado final respeitável na sétima e oitava posições. Sua fase de grupos, foi ótima (9-5 na pontuação dos mapas), e talvez a equipe tenha tido azar ao confrontar a Gaimin Gladiators em uma partida eliminatória da chave inferior. Seu desempenho na eliminatória da Europa Ocidental para o TI foi em certa medida instável com a derrota para a Luna Galaxy, mas o time se recuperou e ficou com a segunda vaga da eliminatória. No geral, a equipe é bem equilibrada e apresenta uma melhora consistente a longo prazo. Além disso, sua escalação repleta de estrategistas dificulta a vitória de outros times.

Se considerarmos apenas as estatísticas no nível das partidas, a BetBoom pertence ao tier S. Sua classificação Glicko 2 atual supera a da Liquid. No fim das contas, entretanto, seus resultados no nível dos eventos não são tão bons ou consistentes quanto os de qualquer um dos times do tier S. Isso sugere que, embora a equipe seja capaz de vencer bons times, ela não é capaz de transformar esse sucesso em troféus. Seu desempenho foi melhor nos eventos de circuitos fora do DPC: ela terminou em segundo lugar na temporada 20 do DreamLeague e entre as seis melhores do Riyadh Masters. Sua final da temporada 20 do DreamLeague contra a Gaimin Gladiators foi uma das poucas vezes em que outra equipe foi capaz de fazer frente à Gaimin na temporada.

O começo do ano foi difícil para o Dota chinês, depois do escândalo Team Knights/EHOME e os maus resultados frequentes da LGD Gaming, que terminou no nono e 12º lugares. Em Berlim e Riade, a equipe repetiu o mesmo resultado. No Major de Bali, o time conseguiu terminar entre os seis melhores e em terceiro lugar na temporada 20 do DreamLeague — seu único pódio inter-regional da temporada. No panorama mais amplo, o time foi eliminado duas vezes pela Quest e uma vez por Gaimin, Talon e Spirit — essas equipes se encontram no tier A ou S dessas classificações. A LGD é uma equipe sólida e capaz de ganhar partidas individuais contra qualquer time. Nos playoffs, contudo, às vezes o time encontra obstáculos intransponíveis. Na temporada 20 do DreamLeague ocorreu algo diferente — mesmo na segunda fase de grupos, a equipe conseguiu um resultado de 6-1, mostrando um desempenho extremamente impressionante. Se ela for capaz de replicar esse nível de intensidade, poderá fazer uma campanha excelente.

Tier S

A tier S é a mais simples, pois compreende todos os times que tiveram campanhas realmente excelentes neste ano. Essas equipes vêm sendo tema de muitas análises e discussões, mas tenho medo de chamá-las de favoritas simplesmente por causa da "maldição do The International", quando as favoritas nunca vencem!

A Gaimin Gladiators venceu muitos eventos nesta temporada: Lima, temporada 19 do DreamLeague, Berlim, temporada 20 do DreamLeague, Bali, BetBoom Dacha.

A Team Liquid chegou às finais de muitos eventos importantes: Lima, temporada 19 do DreamLeague, Berlim, Bali e Riyadh Masters, mas nunca venceu nenhum!

A Team Spirit teve um desempenho medíocre na maior parte da temporada, terminando no sétimo e oitavo lugares em Lima e no nono e 12º lugares em dois outros majors. No entanto, a equipe teve um desempenho excelente no ESL Pro Tour, terminando em quinto lugar na temporada 20 do DreamLeague, antes de vencer o Riyadh Masters e a temporada 21 do DreamLeague. A equipe está em forma, e mostrou ser capaz de aniquilar absolutamente qualquer time quando a situação é favorável.

Se eu tivesse que selecionar uma ordem nesse exato momento eu optaria por Spirit > Gaimin > Liquid.

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Sobre o autor

Ben “Noxville” Steenhuisen

Ben is THE expert in DOTA stats, founding datdota and working as a software architect for an esports data provider. Noxville can often be found at the biggest events in the DOTA esports scene and continues to be fanatical about the game.

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