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Que papel a experiência desempenha na Euro?

Pode ser difícil para os apostadores prever os resultados e maiores artilheiros em partidas de futebol quando as equipes jogam toda semana e estão limitadas a um grupo relativamente pequeno de jogadores. No entanto, apostar em mercados de futebol internacional envolve um nível ainda mais elevado de dificuldade.

Por exemplo, a Inglaterra disputou 12 partidas entre a Copa do Mundo de 2022 e o final da temporada 2023/24, das quais oito foram competitivas. Para elas, o técnico Gareth Southgate escalou 43 jogadores diferentes para representar a equipe, com todos, à exceção de quatro deles, fazendo pelo menos uma aparição. Com níveis de rotatividade como estes, prever a escalação da Inglaterra para a Euro 2024 já é um desafio e tanto, e imaginar como a equipe pode se sair no torneio é ainda mais difícil.

O mesmo vale para todas as 24 seleções que participarão da Euro 2024 e, no final das contas, provavelmente será um dos favoritos absolutos que provará ter os melhores jogadores e chegará à final, conquistando o troféu no dia 14 de julho.

No entanto, sempre vale a pena observar as tendências das edições anteriores para descobrir se alguma semelhança pode ser identificada entre as equipes que conseguiram sucesso no torneio.

Para fazer esta avaliação, podemos classificar a posição final das equipes em outras edições da Euro, comparando em qual rodada elas foram eliminadas e, em seguida, classificando as equipes que saíram em cada fase de acordo com seus pontos por jogo, diferença média de gols e média de gols marcados. Também podemos ordenar a escalação de cada país com base no número médio de partidas disputadas por cada jogador e sua média de idade.

Usando o coeficiente de correlação de postos de Spearman, podemos comparar estas classificações com as posições finais das equipes para confirmar se há alguma ligação significativa entre as estatísticas. No entanto, aplicar este coeficiente para as seis edições anteriores da Euro revela que, muitas vezes, tem havido pouca correlação, e esta tem sido uma relação frequentemente negativa. Em outras palavras, é mais provável que uma equipe tenha sucesso com uma escalação mais jovem e com menos participações em torneios internacionais.

Coeficiente de correlação entre a média de partidas e idade em comparação com a posição final da equipe

Torneio

Correlação média de partidas x posição final da equipe

Correlação média de idade x posição final da equipe

Euro 2000

-0,018

-0,236

Euro 2004

0,412

-0,015

Euro 2008

-0,294

-0,348

Euro 2012

-0,121

-0,202

Euro 2016

0,107

0,116

Euro 2020

-0,006

-0,093

A correlação costuma ser praticamente inexistente, portanto, precisamos nos aprofundar mais para entender se alguma outra tendência ou tema atual merece a nossa atenção. 

A média de idade e de número de partidas representando a equipe na Euro são importantes?

Uma análise da média de partidas e de idade das seleções de acordo com sua posição final nas últimas seis edições da Euro revela o que parece ser uma anomalia significativa.

As escalações das seleções vencedoras (França, Grécia, Espanha duas vezes, Portugal e Itália) registraram 34,3 partidas por jogador e mantiveram uma média de 27,4 anos de idade na primeira participação no torneio. Entre as posições finais (da primeira à 16ª colocações), isso representou o quarto maior número de participações e a sétima maior média de idade na escolha de jogadores, indicando diretamente que idade e experiência têm peso no campeonato europeu.

No entanto, entre os seis primeiros para ambas as categorias estavam também os países que terminaram em 14º, 15º e 16º, o que abala totalmente essa teoria. 

Média de partidas e de idade das 16 melhores equipes nas últimas seis edições da Euro

Posição final

Média de partidas

Classificação de partidas

Média de idade

Classificação de idade

1

34,3

4

27,4

7

2

27,1

15

26,8

13

3

29,5

12

26,3

16

4

32,3

7

27,0

10

5

34,6

3

27,5

3

6

27,6

14

26,7

14

7

30,9

8

27,0

11

8

30,0

10

27,4

6

9

30,2

9

27,1

9

10

36,3

1

27,4

5

11

30,0

11

26,8

12

12

28,1

13

27,2

8

13

26,7

16

26,5

15

14

33,9

6

27,5

4

15

34,1

5

27,8

2

16

35,4

2

27,9

1

Ao analisar os torneios anteriores, talvez seja melhor nos concentrarmos principalmente nas últimas duas edições, tendo em consideração que a Euro 2016 foi a primeira edição do torneio que contou com 24 equipes (mesmo número deste ano).

Dados da Euro 2016, realizada na França oito anos atrás, pintam um quadro bastante confuso. Por um lado, sete equipes no torneio contaram com um máximo de 10 jogadores com até 25 participações em torneios internacionais em suas formações, e quatro delas (Alemanha, Islândia, Polônia e País de Gales) chegaram às quartas de final. Tal resultado indica que a experiência é um fator importante, especialmente porque Islândia e País de Gales foram amplamente consideradas como tendo superado as expectativas. 

No entanto, apenas duas seleções entre as oito primeiras em termos de total de partidas ou idade média mais avançada seguiram para as quartas de final. A seleção irlandesa da Euro 2016 mantinha a média mais alta de idade entre as 112 que se classificaram para as seis edições anteriores da Euro e, embora tenha conseguido chegar à fase eliminatória, venceu apenas uma de suas quatro partidas no total.

No geral, as equipes eram menos experientes na Euro 2020, com os jogadores tendo em média o menor número de participações internacionais em cinco edições. Isso provavelmente ocorreu em parte graças à expansão das escalações de 23 para 26 jogadores, permitindo aos treinadores maior liberdade de experimentação.

Algumas das equipes mais inexperientes também se saíram bem. A vice-campeã Inglaterra e a semifinalista Espanha estavam entre as sete últimas equipes em termos de média de partidas e de idade, enquanto a República Tcheca, classificada nas quartas de final, estava entre as sete últimas equipes em termos de partidas e a Ucrânia estava entre as sete últimas em termos de média de idade. 

Apenas a Bélgica teve menos de dez jogadores com um máximo de 25 participações anteriores. Os 26 jogadores belgas eram os mais velhos e tinham, em média, o maior número de partidas, mas foram derrotados pela eventual vencedora, a Itália, nas quartas de final.

Leia: As partidas eliminatórias da Euro podem ajudar a informar suas previsões?

Quão experientes eram as equipes que ganharam os títulos anteriores da Euro?

Em última análise, um torneio é feito de muito mais do que a final, mesmo que esta seja obviamente a partida mais importante.

É importante notar que a campeã Itália colocou todos os seus jogadores, exceto um, em campo durante a Euro 2020, enquanto o vencedor anterior, Portugal, utilizou 21 dos seus 23 jogadores pelo menos uma vez em 2016.

Com isso em mente, podemos dividir a quantidade de partidas por jogador pela média de idade para obter uma métrica bastante simplista de pontuação de experiência. Embora isso não crie nenhuma correlação significativa entre as posições finais no torneio em geral, especialmente em cinco das últimas seis edições da Euro, a equipe mais experiente de acordo com essa medida venceu a final. 

Pontuação de experiência das equipes que chegaram à final nos últimos cinco euros

Torneio

Equipe

Partidas por jogador

Média de idade

Pontuação de experiência

Euro 2000

França (campeã)

39,1

28,0

1,40

Euro 2000

Itália (vice-campeã)

21,0

27,0

0,78

Euro 2004

Grécia (campeã)

32,3

28,3

1,14

Euro 2004

Portugal (vice-campeão)

29,5

26,8

1,10

Euro 2008

Espanha (campeã)

23,3

26,0

0,89

Euro 2008

Alemanha (vice-campeã)

36,1

26,7

1,35

Euro 2012

Espanha (campeã)

47,8

26,7

1,79

Euro 2012

Itália (vice-campeã)

27,7

27,9

0,99

Euro 2016

Portugal (campeão)

36,9

27,9

1,32

Euro 2016

França (vice-campeã)

27,3

27,3

1,00

Euro 2020

Itália (campeã)

26,5

27,3

0,97

Euro 2020

Inglaterra (vice-campeã)

20,9

24,8

0,84

Estas estatísticas revelam algumas observações interessantes. A seleção italiana da Euro 2000 foi liderada pelo capitão Paolo Maldini, com 105 partidas, mas também contou com 16 jogadores com até 25 partidas em eventos internacionais. Apenas oito das outras 111 equipes que competiram nos últimos seis campeonatos europeus ostentavam uma proporção maior de sua escalação com tão pouca experiência internacional, e demorou até a Euro 2020 para que qualquer uma delas chegasse às quartas de final. 

A França, vencedora da Euro 2000, tinha apenas oito membros no elenco com menos de 25 partidas internacionais, assim como a seleção da Grécia, que levantou o troféu em 2004.

Apenas duas equipes neste século entraram no torneio com menos jogadores experientes em seu elenco. Isso pareceu ajudar os azarões de Otto Rehhagel, já que a seleção de Portugal era, sem dúvida, mais talentosa, mas também menos experiente – apenas dois dos onze titulares da equipe tinham mais de 26 partidas internacionais em seu nome no início do torneio.

A final da Euro 2008 é a única exceção à essa regra, com o grupo de jogadores menos experientes erguendo o troféu em Viena. No entanto, mesmo nessa ocasião, a Espanha contava com jogadores altamente experientes em posições-chave. O jogador com mais participações internacionais da equipe era o goleiro Iker Casillas, e os outros três jogadores na escalação final com 30 anos ou mais foram escolhidos para jogar na defesa ou meio-campo.

Dos 11 jogadores da escalação de Luis Aragones com mais experiência internacional, oito foram titulares contra a Alemanha, enquanto o último (Xabi Alonso) foi o primeiro reserva. David Villa, vencedor da Chuteira de Ouro da Euro 2008, outro dos 11 jogadores com mais participações internacionais da equipe, provavelmente também teria jogado, caso não tivesse sido impedido por uma lesão sofrida na semifinal.

Quatro anos depois, a Espanha colheu os frutos de utilizar um grupo de jogadores estabelecido ao entrar em campo com o time mais experiente (de acordo com a métrica acima) testemunhado nas últimas seis edições da Euro. De fato, seis dos 11 titulares que jogaram na final de 2012 tinham sido escalados em 2008, e quatro dos outros cinco jogadores tinham participado de pelo menos 40 partidas internacionais.

No entanto, mais uma vez, não podemos simplesmente afirmar que experiência internacional e idade equivalem a sucesso. A seleção com a maior pontuação de experiência conjunta nas últimas seis edições da Euro foi a Bélgica na Euro 2020, que chegou às quartas de final, mas era a número um no ranking mundial da FIFA na época, então, esperava ter um desempenho melhor. A seguir, o time com a segunda maior pontuação de experiência foi a Holanda na Euro 2012, que terminou em último lugar no seu grupo, perdendo todas as três partidas que disputou.

Embora a qualidade dos jogadores e capacidade técnica possam, em última análise, decidir quais equipes chegarão mais longe do que outras, a história sugere que, quando se trata da Eurocopa, os apostadores poderiam se beneficiar de um cálculo rápido do nível de experiência das seleções para fazer suas previsões para confrontos entre equipes de padrão semelhante.

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